Braztoa: Vendas dobram em outubro em comparação com abril

Segundo o mais recente estudo da Braztoa, algumas operadoras sinalizam resultados de outubro semelhantes ou melhores do que de setembro.

Por Felipe Lima - 16 de novembro de 2020

De acordo com o mais recente levantamento realizado pela Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), em outubro, 92% das operadoras realizaram vendas, o dobro das empresas que tiveram comercialização em abril. Esse número confirma o crescimento constante e, de acordo com as empresas, o mês passado foi melhor ou similar a setembro.

Quanto ao volume de vendas, 18% das operadoras apontaram ter registrado faturamento equivalente a 50% a 100% se comparado com o mesmo ínterim do ano passado. Outra parcela de 4% dos respondentes afirmar ter conquistado faturamento maior do que foi registrado em 2019. O número de empresas cujo faturamento ainda é 90% menor do que no ano passado está em 35%, mesmo similar ao das empresas que faturaram entre 11% e 50% no mesmo período.

Ainda não há uma clareza na tendência de viagens com maior antecedência no mês de outubro, contudo, especula-se que pode estar atrelado à oferta limitada de serviços e preços elevados. De acordo com 76% das operadoras, houve a comercialização de viagens cujo embarques se concentram no primeiro semestre de 2021, seguidas de roteiros que se realizarão em dezembro (63%), motivado pelas festividades de ano novo. Embarques para o segundo semestre de 2021 representa 45% das vendas das operadoras.

A associação avalia que os viajantes querem retomar seus roteiros e, por isso, foi – e continua sendo – muito importante o trabalho de divulgação dos protocolos e a flexibilização das políticas de remarcação, adiamentos e cancelamentos.

Mercados alvos

O Nordeste se destaca neste cenário, seguido da região Sul e Sudeste. Norte e Centro-Oeste completam a ordem, respectivamente. Entre os destinos nacionais mais comercializados em outubro, Salvador, Porto de Galinhas, Fortaleza, Serras Gaúchas, Gramado, estado de São Paulo, Rio de Janeiro e Amazonas são protagonistas.

No âmbito internacional, o México lidera, com destaque para Cancún, e República Dominicana, também com Cancún. Na América do Sul, Argentina se posiciona no topo do desejo dos viajantes, seguido por Peru e Colômbia. No continente asiático, Maldivas ganha espaço frente a destinos mais tradicionais e consolidados. Espanha, Portugal e Turquia também se destacam, formando a conhecida Eurásia. Estados Unidos – apesar das regras de bloqueio – também conta com número significativo de procura.

Perfil dos viajantes

O comportamento dos viajantes não afetou, necessariamente, suas preferências. Destinos de praias – o que explica a alta procura por Nordeste e Caribe – permanecem como tendência. Espaços e destinos mais abertos também ganharam destaque, com destinos do interior de São Paulo demonstrando preferência, seguido por locais de natureza e ecoturismo.


Em relação à duração, as viagens mais comercializadas tiveram um tempo médio de cinco a nove dias, seguidas pelas viagens de curta duração, de até quatro dias. As escapadas de final de semana estão em terceiro lugar, enquanto os roteiros d longa duração, de dez dias ou mais, se posicionam em quarto lugar.

Sobre o aéreo, as rotas de curta distância – com menos de duas horas – aparecem entre as preferências, seguidos pelas viagens com aéreo de longa duração – com mais de duas horas. Outro destaque são as hospedagens em longas distâncias ou outros estados, seguidas pelas estadas em empreendimentos locais de curta distância (ou seja, até 400 quilômetros).

Resorts aparecem com maior destaque entre as opções de acomodações, próximos das hospedagens em hotéis de grandes redes, talvez relacionado pela disponibilidade de leitos, por conta da proporção da sua capacidade ante estabelecimentos menores.

Outro dado importante é que, segundo 60% das operadoras Braztoa, a aquisição de seguros se manteve estável ou cresceu entre as demandas.

Oportunidades e expectativas

Ainda que haja sinais de reaquecimento, a associação estima que o faturamento da alta temporada não atinja 50%, frente ao mesmo período de 2019.

Quanto à gestão, 22% das operadoras sinalizaram pretensão em fazer contratações nos próximos dois meses, contando com uma retomada das atividades, volume de trabalho e de faturamento com alta temporada.

Além disso, uma parcela de 59% das empresas afirma querer utilizar ferramentas que possibilitem redução de jornadas e salários, com intuito de manter seu quadro de colaboradores.

Tirado do site: https://brasilturis.com.br/